quinta-feira, 18 de agosto de 2011
guar(dados)
E se dos olhos escapa a luz que não compreendo,
eu a capturo e a reservo num pote em conserva,
pois como me arranjo?
Que se por acaso da vida me acontece
uma noite puramente de sombra.
E se me sopra a palavra alta que não me cabe na palma,
eu a envolvo num pano e levo comigo
e deixo que se crie no quintal,
pois como me arranjo?
Que se por acaso da vida ache de me ser desleal o dia,
entregando manhã sem o sol e sem grito de brisa que me desperte.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
1/4
Um quarto do segundo:
da memória um quadro.
De um quase ao todo,
No âmago do nunca, um quando.
No coração, lodo.
Entre os dedos, lascas.
Dos dias, nacos.
De ti, nada.
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